JANEIRO DE 2010
Não começou nada bem este ano novo; “vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar.” Terramoto no Haiti devastando um dos países mais pobres do mundo, despojando o nada de quem só tem nada. Não adiantam mais comentários as imagens estão ai, valem mais que mil palavras!
Este mês de Janeiro, até à presente data tem-se mostrado pouco amigo daqueles como eu gostam de viver mais fora das paredes que dentro delas, mas não vamos desanimar, melhor tempo virá. Não é preciso que te metas dentro da casca, por esta Lisboa fora há muito que ver sem molhares o corpinho! Porque não visitar o museu militar, ali para os lados de Stª Apolónia; excelente!
Mas se antes queres ficar em casa, tenta ouvir a 5ª sinfonia de Beethoven, verás que o fogo é bem mais trágico que a chuva.
Preferes antes ler um livro? Recomendo “OS LOBOS” de Hans Helmut Kirst (nome notável da literatura alemã) cuja acção se situa na Masúria; Prússia oriental. Vais certamente divertir-te com uma obra muito séria, onde a ousadia e o medo caminham ombro a ombro em cada página desta sátira que retrata os desmandos do III Reich.
Se antes te apetece um pouco de poesia, vivamente e depressa pega na antologia de JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS, o melhor poeta português do século passado (no meu entender, está claro.) porque o grande comunicador é aquele que nos fala das coisas importantes da vida de forma simples e despretenciosa, na sua obra as metáforas descodificam-se sem que tenhamos que recorrer ao dicionário de sinónimos. O poeta fez do verbo mulher adulta pronta a dar-se a qualquer homem que a queira possuir. A poesia de ARY DOS SANTOS não se estuda, vive-se!
Outra opção é a de ver um bom filme, coisa que não seja maçadora, mas que tenha conteúdo quanto baste para que não dês o tempo como perdido, sugiro então “A VIDA É BELA” de Roberto Benigni, um filme italiano de 1997, premiado no festival de Cannes, uma ternura.
Pastéis de bacalhaus são sempre um bom petisco. dou algumas sugestões:
vamos partir de uma posta de bacalhau previamente cozida, reservamos a água da cozedura, embrulhamos a posta de bacalhau já cozida num pano branco damos-lhe um ensaio de pancada, depois rolamos o pano na bancada até que o dito esteja completamente desfeito em farripas, a batata cozida desfaz-se com um garfo com toda a paciência, juntando-se-lhe uma gema de ovo, noz moscada, salsa finamente picada, uma pitada de sal, a água de cozer o bacalhau, quanto baste, até obter-mos uma massa homogénea, depois lá está o tal truque de dar forma ao produto utilizando duas colheres de sopa, fritam-se os pastéis em azeite misturado com óleo bem quente, deixam-se ficar loiros sem queimar e servem-se com arroz de tomate feito com tomate maduro de preferência.
Bom apetite para os pastéis e para o resto e não esqueçam que este cantinho da nostalgia está aberto a todos os que não são egoístas e gostam de partilhar com os amigos as experiências boas da vida que te deram prazer. Não sejas egoísta estamos à espera dos teus momentos bons! Um abraço.
H.D.