REVISTA CAIS.
Paro num sinal vermelho e descubro junto da janela do carro um homem com um monte de revistas na mão, fico com uma pelo preço do prazer de conhecer uma coisa nova e descubro o sorriso de incomensurável grandeza que brotam dos olhos daquele obrigado com a gratidão de quem recebeu das minhas mãos o tesouro arrecadado no banco de Portugal. A revista, simples, é interessante, ajuda” a ajudar”os dois euros valeram! Mais que não fosse pela alegria que vi, sentado na poltrona do meu carro, brotarem dos olhos daquele senhor. Deixo este texto à atenção de todos os primatas, nesta data comemorativa do 25 de Abril e do 1º de Maio em que contínuo a acreditar! Mesmo sabendo que o espírito do mesmo se encontra pervertido de à muitos anos a esta data.
Helder Duque
Fui durante muito tempo consumidor da "Cais". Ali se encontravam frequentemente imagens dignas de uma qualquer exposição de arte internacional. Ali se viam, frequentemente, os olhos inchados da fome e da miséria em que boa parte da humanidade vive e devo dizer que até artigos sobre temas que me são queridos como a ecologia e a paleontologia. No entanto, comecei a ficar um tanto desconfiado quando, a distribuir as revistas, começou a aparecer um outro tipo de gente....são pobres é certo mas... começo a suspeitar que tambem entre os pobres (não falando dos de espírito claro)há gradações de pobreza e que uma boa parte destes,que agora apareceram a distribuir a "Cais" fazem da mendicidade uma profissão. Como em tudo nascem pequenas estórias e aqui também: " vêm da Roménia e já foram corridos de Espanha...são violentos e farsolas...expulsaram os toxicodependentes que estavam na distribuição e tomaram conta disto".
ResponderEliminarBom! Ainda vou comprando a revista mas quando, diariamente, regresso a casa, encontro, nos semáforos junto à avenida, as mesmas caras há anos a fio....! Vou acreditando que realmente temos por cá pedintes profissionais e que não seria nada desadequado os serviços sociais irem averiguar de que vivem e como vivem alguns desses pedintes. A crise está a agraver-se, mais para uns que para outros, naturalmente, mas quando vejo gente entusiasmada a comemorar o 1º de maio, como ontem aqui em Guimarães, sinto que a BOA FÉ de muitos está a ser defraudada de diversas maneiras....Há anos!